sexta-feira, 30 de abril de 2010

Kidoairaku II (Márcio)

Considero o Kidoairaku um exemplo clássico da liberdade. Aquele indecifrável ambiente de boteco familiar com uma ótima e equilibrada cozinha nipônica à preços justos.
Na entrada você é sempre recebido pela "hostess" (batian) da casa, sentada em uma cama assistindo novelas japonesas (1). Hã?! Confuso com a peculiar recepção, ao se acomodar, se não souber ler em japonês, é provavel que fique ainda mais perdido ao notar os dois cardápios do restaurante, o tradicional e o da parede.
(1). O restaurante é também a "casa" da família, que fica anexa ao local.
Além desse "charme", na maioria das vezes o serviço é atencioso e a cozinha é muito equilibrada e constante.
Não há mais o que falar de um restaurante já tão consagrado pelo mundo dos blogs. Me impressionei com o número de posts sobre o Kidoairaku. Experimenta escrever no google para ver! Todos falando muito bem.
Separei um post com informações interessantes sobre o restaurante- Adega de Sakê.
Seguem alguns dos pratos que já provei por lá:
- Porco e beringela no missô - Reconfortante. Tudo em seu devido lugar, carne macia, beringela firme no ponto e missô suave. Uma delícia. Peça o prato no "modo" Teishoku para vir acompanhado do ótimo arroz e pronto! Não precisa de mais nada para ser feliz.
- Oyakodon - Uma tijela com arroz, frango, ovo, cebolinha, nori e caldo. Estava muito bom. Neste link há uma ótima receita deste prato, que eu sempre uso quando faço em casa. 
- Sashimi - Este é um restaurante para se aproveitar a cozinha quente, mas foi esse Uni da foto que me fez colocar de vez essa iguaria na minha lista dos preferidos. Até então eu não ligava muito para ele.
- Sobá - O tradicional macarrão de trigo sarraceno. Ótimo, suave e apresentação impecável. O ovo de codorna deve ser misturado ao caldo, feito de dashi e shoyu e outros ingredientes.
Enfim,
Poderia ficar aqui falando do Udon, da beringela com missô, do soba quente, da carne crua fatiada, gelatina de café. Tudo sempre muito bom, mas acho que vale mais à pena postar dois pratos, os únicos até agora, que eu não gostei:
- Yamakake - Atum e cará ralado com ovo. Nunca tinha comido antes, então não saberia dizer se estava bem feita, mas dado pelo histórico dos outros pratos, deveria estar. O Atum estava muito bom e fresco, mas a mistura não me agradou. Sempre que eu como um prato com um bom atum no meio, fico pensando que seria melhor comê-lo sozinho.
- Taça de Sorvete - Não me lembro do nome da sobremesa, mas a única coisa que tinha de natural era a banana, o resto era tudo industrializado. Doce demais!
Metas
Devem ter mais de 20 bons pratos para provar lá, devendo render ainda uns 5 anos até eu conhecer bem o restaurante. Os próximos da minha lista são o Butanokakuni (barriga de porco no caldo), que eu sempre tentei pedir e nunca consegui comer, o pregonomissozukeyaki (prego no missô) e o komotishishamo (peixe "shishamo" frito com ovas).
Os preços dos pratos variam de R$15 a R$30, ou seja, dificilmente você gasta mais que R$60,0 por pessoa.
Vá lá! Mas antes, preste atenção aos horários para não ter nenhuma surpresa:

  •   Almoço - 11:30 às 14:00

  • Jantar - 2ª a 6ª 18h30-22h30 e sáb 18h30-21h30

  • Não abre domingo 
KIDOAIRAKU
R. São Joaquim, 394
Tel: (11) 3207-8569

domingo, 18 de abril de 2010

Dois II (Márcio)

A minha primeira visita ao Dois Cozinha Contemporânea foi na última edição do Restaurante Week (veja o post aqui). Fiquei instigado por dois principais motivos 
  • Criatividade dos chefes Felipe e Gabriel, tanto no menu servido naquele dia quanto nas descrições dos outros pratos do cardápio.
  • Destaque dos ingredientes brasileiros no menu. No RW constavam pratos com pequi, cupuaçu,  doce de abóbora e goiabada.
Foram esses fatores que me fizeram voltar ao restaurante, só que dessa vez, aproveitando uma ocasião especial e pessoal, optei pelo menu degustação de 7 tempos (3 entradas + 2 principais + 2 sobremesas), R$140,00.
Enfim, a instigação se confirmou: o atendimento foi excelente, e, apesar de nenhum prato ter me deixado em puro êxtase, a experiência foi ótima. 

Ao que interessa:
1a Entrada - Ravioli de Palmito Pupunha com Cogumelos, Brotos diversos e Espuma de pupunha - Os 3 pingos entre os brotos são, da esquerda para direita, azeite de ciboullete (ótimo), azeite normal e azeite de urucum.
Prato belíssimo e interessante. Muito dificil de avaliá-lo sem ter outros parâmetros.
O destaque ficou por conta da flor de jambu (a primeira da direita). O gosto é perfumado e aos poucos uma incrível sensação de "apimentado-pinicante" vai tomando conta da língua. 
Só não entendi o papel da espuma de palmito pupunha. Não tinha gosto e, na minha opinião, se ausente deixaria o prato ainda mais bonito. 
2a entrada - Beringela na brasa com tahine, mel, sementes de tomate e ervas - Estava deliciosa. Foi perceptível o papel de cada ingrediente: a acidez das sementes de tomate, o doce do mel, o tempero da salsinha e o amargo da casca da beringela, além da própria beringela, é claro. O único que não mostrou a que veio foi o tahine, que se escondeu no doce do mel.
3a entrada - Tartar de Buri (Olho de Boi) com chantilly de mostarda dijon, ovas de Salmão e grissini de tinta de lula - Melhor entrada da noite! Buri fresco, temperado pelo suave chantilly (lembrou maionese) e salgado pelas ovas.

1° Principal - Camarão grelhado com pure de palmito pupunha, emulsão de coral e azeite de carvão - O destaque é o azeite de carvão, sensacional! Segundo o chefe, e para meu espanto, é preparado com uma brasa de carvão, que em contato com o azeite dá um sabor defumado. Os camarões estavam no ponto e a emulsão de coral (feito com  azeite e o líquido que sai da cabeça do camarão) muito saborosa.
O único ponto negativo foi o pure, que a meu ver, precisava estar mais suave. Talvez com menos sal, não sei.
2° Principal - Rabada desfiada, brotos de agrião, cogumelos e azeite texturizado de zimbro - Outro prato muito interessante. O processo para se degustar é pegar a rabada, que vem em uma bonita cerâmica, e colocar em cima da "ricota" que está ao centro. Ao entrar em contato, a "ricota" começa a derreter e se transformar no azeite de zimbro. 
Tudo que estava no prato fez muito sentido, só a rabada que podia estar um pouco mais macia (comparando com as minha referências do Bar da Dona Onça e do meu sogro).

Para limpar o paladar o chefe serviu 3 "chup-chup", que eram sucos de siriguela, pitanga e araça.
1a Sobremesa - Variação de licuri e pure de cajá manga - Esqueci completamente de tirar foto desta sobremesa, composta de licuri em 3 fases: sorvete, telha e o prório fruto seco, doce e salgado. 
Não gostei muito do sorvete, que estava com um gosto de água azeda. O restante estava ótimo.
2a Sobremesa - Harumaki de chocolate, compota de laranja e sorvete de baunilha - Perfeita! Ótima maneira de terminar o jantar.

É um menu supreendente, muito criativo, que não esquece de valorizar os ingredientes nacionais, como flor de jambu, zimbro, licuri e cajá manga. Alguns poucos pontos poderiam ter sido melhores nesse jantar, mas a experiência vale muito a pena. 

Dois Cozinha Contemporânea
Rua Antônio Bicudo 116, Pinheiros.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Presunto Cru e Melão (Márcio)

As vezes não é preciso muito para ser feliz:
100gr de Presunto Cru Villani e 1/2 Melão Espanhol.

Confesso que essa óbvia associação (presunto cru+melão), provada por mim pela primeira vez, não veio tão facíl. Na 1a tentativa provei os dois na mesma bocada! As texturas e gostos tão diferentes não agradaram o bruto e inexperiente paladar. 
O equilíbrio só se acertou mesmo, quando pensei no melão exercendo o mesmo papel que o gari entre os niguirizushis. Ou seja, o papel de "limpar" o paladar para sentir o sabor do presunto sempre como se fosse a primeira mordida.
Não tenho a menor idéia de como os espanhóis degustam essa combinação. Mas já encontrei um jeito de ser feliz e prático. 

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Piegari e Las Cuartetas - Buenos Aires (Victor)

Piegari
Cozinha:Italiana
Preço : O prato principal mais caro do cardápio era $166 (pesos), cerca de R$ 83,00. Serve 2 pessoas.
Serviço: Muito bom, ambiente familiar com garçons antigos na casa
Ambiente: Muito agradável. Não muito espaçoso, mas tranquilo.

Para mim, o Piegari está classificado como um dos melhores restaurantes nos 4 dias que estive em Buenos Aires, o melhor foi o Cabaña Las Lilas. Esse restaurante se situa na "La Recova", um espaço gastronômico debaixo de um viaduto, no final da Carlos Pelegrino. Achei a idéia do lugar brilhante, pois ali se reuniram uns 4 ou 5 restaurantes de alto padrão, valorizando muito o lugar. É um ótimo local para passear e tomar um café Havanna.
Provavelmente há outras Recovas em Buenos Aires, pois o taxista que nos levou ficou indeciso sobre qual Recova estavamos querendo ir.

O meu prato:


Linguine ai Fruti di Mare, que segundo o garçom, eu só comeria esse mesmo prato na Sicília, Itália. (talvez tenha sido outra cidade, não vou me comprometer) - Estava delicioso, saboroso e bem servido.

Vale ressaltar que uma porção serve 2 pessoas tranquilamente.

Restaurante Piegari
Posadas 1042
Recoleta, BAs.
Tel: 4326-9654/9430
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Outro prato que me deixou muito feliz em Buenos Aires foram as empanadas no "Las Cuartetas", muito gostosas e baratíssimas. É um botecão no Centro de Buenos Aires ideal para um petisco rápido e sem muitas frescuras.
Em minha próxima viagem a Buenos Aires com certeza iriei visitar outros restaurantes no "La Recova", comer umas empanadas, e passear mais pela região de Palermo!!! Ah, e também comer menos no almoço para poder jantar melhor.

Las Cuartetas
Corrientes, Av. 838.
Centro, BAs.